Pensando em comprar ou vender um imóvel em uma região afetada pela seca? Então, vale a pena pesquisar bem e verificar todas as opções.
A seca, que toma conta de muitas regiões brasileiras, trouxe consequências causando grandes impactos na hora de escolher um imóvel, nos preços e ofertas. O problema, apesar de não ser recente, deixa o consumidor cauteloso, não apenas pela falta de água, mas pela escassez de energia, de serviços locais e pela expectativa de resoluções de políticas públicas.
O imóvel em uma região de seca é também afetado pela falta ou diminuição dos serviços básicos em seu entorno e até mesmo pela pouca opção de comércio – que cada vez mais tende a fecharem as portas ou se mudam para zonas em que o problema não é tão frequente.
Imóveis para comprar com preços reduzidos em tempos de seca
Os especialistas do mercado imobiliário da região sudeste, em que a seca tem se agravado potencialmente, acreditam que em algumas localidades o valor dos imóveis em venda tenha caído até 30%, uma lástima para o segmento.
O que pode ser aparentemente uma ótima oportunidade de negócios para o consumidor, é algo que deve ser muito bem discutido e orientado antes que se feche a compra: a credibilidade do corretor ou da imobiliária ficará fortemente abalada se todas as informações sobre o problema não forem repassadas.
Muitos proprietários e imobiliárias já assumem algumas atitudes para manter o mercado em movimento: é comum entre os que ofertam imóveis nestas regiões reduzirem pela metade a comissão, baixar o preço de alguns imóveis, apontar vantagens intrínsecas que valorizem o imóvel (como a possibilidade de realizar perfurações para poços caseiros ou construção de cisternas, no caso de casas e terrenos), etc.
Em toda crise traz consigo diversas oportunidades, tanto para o corretor quanto o futuro proprietário. Já é constatado um movimento migratório das pessoas que estavam estabelecidas nas regiões atingidas para outros lugares do Brasil – o que aumenta a oferta de empregos nestas regiões, mas com custo de vida mais alto.
E o acesso à água é um item fundamental na hora de escolher e ofertar um imóvel. Apesar da crise hídrica que há em diversas regiões, é preciso ter em mente que a seca pode também ser passageira em algumas localidades, e que existem medidas para contornar o problema.
Soluções para os imóveis durante a seca nas grandes cidades
Algumas soluções podem ser propostas na hora de vender um imóvel em regiões atingidas pela seca. Em primeiro lugar, o futuro proprietário precisa compreender que a falta de água é problema social de grandes proporções – o uso consciente deve ocorrer em qualquer região brasileira, evitando assim o desperdício.
A água já é vista em diversos países como um bem limitado, e o brasileiro precisa se adaptar. Em São Paulo, por exemplo, o Secovi-SP (Sindicato da Habitação) tem trabalhado em campanhas de conscientização e práticas que distribuem com mais equilíbrio a cota de água entre os moradores dos condomínios – como a aplicação de hidrômetros individuais.
Outra possibilidade é o reuso ecológico, que ainda esbarra na burocracia e na falta de leis específicas. As técnicas de reuso tem se popularizado nas cidades mais afetadas pela seca, entre imóveis novos e na adaptação de antigos. Trata-se de aplicar tecnologias capazes de reaproveitar água das pias, do banho ou até mesmo captar a que vem da chuva. Nos últimos anos, muitas construtoras já têm lançado empreendimentos residenciais com recursos capazes de utilizar as águas pluviais ou de reuso.
O chamado IPTU Verde, que prevê descontos de 2% a 6% (conforme anunciado) para as construções que adotarem sistemas de coleta de água da chuva e de reuso em São Paulo, deve ser uma tendência na região e em outras localidades que sofrem com a seca – assim como é em diversas regiões do planeta. Ainda não há leis que obriguem mudanças em construções futuras, mas é um primeiro passo – e o corretor deve estar preparado para apresentar aos seus clientes esta vantagem.
Entre as principais construtoras nacionais, principalmente no planejamento de imóveis de alto padrão, o reuso é a gestão consciente de recursos é uma realidade. A elaboração de estruturas residenciais com a tecnologia de reuso torna o investimento mais em conta do que instalá-lo posteriormente – o que afetaria também o bolso do comprador. Além disso, em longo prazo, a reutilização de água impactaria positivamente nas suas contas mensais – outro bom argumento na hora de escolher um imóvel para comprar.
Aos futuros compradores, resta a dica de pesquisar os melhores negócios com a previsão de melhor investir em tecnologias capazes de reutilizar a água e captar a água da chuva, garantindo a qualidade de vida e os recursos por mais tempo. Os corretores, por sua vez, devem ver o problema da seca como uma possibilidade de vender vantagens sustentáveis e capazes de proporcionar a qualidade e o acesso da água em diferentes empreendimentos residenciais.