Em meio a tantas discussões sobre práticas sustentáveis que acompanhamos diariamente pelo mundo, a pauta finalmente entrou no radar do mercado imobiliário, principalmente após a crise da falta d’água que toma conta de diversos estados brasileiros. Isso quer dizer que os prédios precisam contar com itens sustentáveis desde a sua construção. Para ilustrar com um exemplo o que seria um mecanismo sustentável, podemos citar o sistema de captação de água de chuva para reuso.
No entanto, o que vemos, na prática, é muita discussão e pouca ação nesse sentido. A título de curiosidade, a Associação dos Dirigentes do Mercado Imobiliário (Ademi-RJ) informa que apenas 29% dos empreendimentos lançados na capital carioca em 2014 possuíam itens sustentáveis. Bem verdade que, em 2008, essa taxa era bem menor, de apenas 8%. Mas, mesmo com esse leve avanço, itens sustentáveis ainda continuam sendo raridade na entrega de novos empreendimentos.
Soluções sustentáveis mais comuns
No mercado, o que não faltam são itens sustentáveis que podem ser adequados nos novos empreendimentos. Segundo Ademi-Rj, os mais comuns são os sensores de presença (66%), hidrômetros individuais (65%), que, aliás, já são obrigados em novos lançamentos, sistema de captação de chuva (54%), entre outras soluções. De um modo geral, essas inovações beneficiam na economia de energia e água.
Torneiras com fechamento automático (27%), descargas de duplo fluxo (22%), uso de madeira de reflorestamento (19%), lâmpadas de baixo consumo e alta durabilidade (10%) são outras soluções disponíveis no mercado.
Por que os itens sustentáveis ainda não são unanimidades nos novos prédios?
Mesmo com tanta vantagem, você deve estar se perguntando porque as construtoras não investem nesses novos recursos, não é verdade. Alguns especialistas têm a resposta. Primeiramente, um dos problemas é que a instalação dessas soluções sustentáveis é muito cara e as construtoras não têm incentivos fiscais para implementá-las. Além disso, os itens sustentáveis no mercado imobiliário valorizam muito o imóvel, acabando por encarecê-lo.
Nesse sentido, a venda nos estandes se tornam mais complicadas. Para citar um exemplo, segundo a empresa Ecoesfera Empreendimentos Sustentáveis, a valorização de imóveis verde chega a ser de até 20% na Europa.
Mas o que as construtoras deveriam falar aos interessados é que as recompensas de se investir em empreendimentos sustentáveis aparecem a médio e longo prazo, a partir da economia nas contas de água e de luz, por exemplo. Aliás, a Ecoesfera também aponta economia de até 30% no condomínio em comparação aos prédios convencionais.